14 de novembro de 2009

Boicotando o boicote


Parece até brincadeira, mas este já é o segundo boicote (que não deu certo) promovido por ratos de fóruns de internet contra algum videogame neste ano. A foto é de um grupo no Steam formado por jogadores de PC que apóiam a causa de boicotar Call of Duty: Modern Warfare 2, simplesmente um dos maiores sucessos comerciais da história da indústria dos videogames chegando a vender cerca de 4,7 milhões de cópias apenas no dia do lançamento nos Estados Unidos e no Reino Unido. Até Grand Theft Auto IV ficou pequeno perto disto.

A resistência ao jogo de tiro da Infinity Ward e Activision-Blizzard decorre de certo descaso em relação à versão de PC, que diferentemente do que ocorre com a maioria dos jogos de tiro online nesta plataforma, não terá suporte a servidores dedicados, aqueles mantidos por empresas como o UOL, Terra e IG (aqui no Brasil). Consegue-se uma experiência melhor em servidores dedicados do que em um jogo hospedado por algum outro usuário comum qualquer. Essa medida iguala a versão de PC à dos consoles (Xbox 360 e PlayStation 3), inclusive na quantidade de jogadores (limite de 18 no total, em uma das modalidades), o que despertou a iniciativa de boicotar o jogo.


No final é tudo um enorme choro, e seria melhor ficar quieto e se contentar com isso.

A crise dos jogos no mercado dos PCs não é novidade, ainda mais em um cenário em que a maioria dos jogadores questiona mais o aspecto dos gráficos e detalhismo visual do que a jogabilidade e a sua funcionalidade. A constante corrida gráfica requer que os jogadores atualizem suas máquinas em intervalos regulares (e de preferência não muito espaçados) para conseguirem acompanhar o avanço dos jogos, e isso chega a ser extremamente estúpido se você ver o cenário do ponto de vista das vendas. Você está diminuindo o tamanho do seu público alvo a cada avanço técnico que o seu jogo dá, em outras palavras, cada fio de grama no meio da floresta é um computador a menos que seu jogo irá rodar.

Se o número de pessoas capazes de interpretar uma tabela de requisitos mínimos de um jogo já é bem reduzido, menor ainda é a quantidade que terá uma máquina pra jogar Modern Warfare 2. A partir disto acho bem lógico a preferência aos consoles em detrimento dos computadores, sendo que este último tem sérios problemas em relação a pirataria além da menor quantidade de vendas. O modelo de negócios para o PC mudou, o foco agora está nas mensalidades como no estrondoso World of Warcraft da própria Activision-Blizzard e nos jogos de baixo custo vendidos no Steam.


Logo o boicote não adiantaria muito, qualquer mudança que venha a ocorrer será mais por pena do que por um já-não-possível fracasso.



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