13 de junho de 2009

Reinventando a roda, sem a roda

Microsoft surpreende com revelação do Project Natal na E3 2009.

Se na conferência da E3 do ano passado a Microsoft se dividiu entre os jogadores hardcores (com Gears of War 2 e Fallout 3) e casuais (demonstrando Lips e You Are In the Movies) tentando ampliar seu público alvo, este ano estava parecendo restrito demais aos hardcores. Acontece que a coletiva ainda não tinha acabado, estendendo-se a quase duas horas a maior novidade é revelada.

Após o anúncio de Metal Gear Solid: Rising o vice-presidente da divisão Xbox, Don Mattrick, relembra a revolução que aconteceu com a Xbox Live e se prepara para a próxima. "Podemos ir além do controle? Podemos fazer jogos que qualquer pessoa possa se divertir instantaneamente? Podemos fazer de você o controle?". A resposta é clara e direta: "Nós podemos".


Project Natal é a "transformação da idéia que as pessoas tem a respeito de entretenimento em casa" que a Microsoft andou prometendo. O Natal é nada mais nada menos do que um aparelho que ficará na parte superior ou inferior da sua televisão (vai lutar pelo espaço com a Sensor Bar do Wii), conta com sensores para reconhecimento dos seus movimentos corporais, face, e voz. O funcionamento ocorre através de duas câmeras: uma RGB para vídeo e reconhecimento facial e outra infravermelha para detecção de movimento e profundidade. Ainda há um microfone e um processador interno para interpretação das imagens e sons.


Como pode se ver, há bastante tecnologia envolvida neste projeto, mas será que é o bastante para o diferenciar do Wii da Nintendo? A Microsoft quis mostrar que sim e exibiu demonstrações que exaltavam o reconhecimento dos movimentos do corpo inteiro e não somente do movimento do punho (como faz o Wii Remote), além da ausência de qualquer controle ou botões.

A primeira demonstração feita pelo diretor criativo do projeto, Kudo Tsunoda, foi a da possibilidade de entrar na Xbox Live através do reconhecimento facial, coisa de filme futurista chegando aos videogames atuais. Perfeito se não fosse a movimentação estranha do avatar ao tentar replicar o que se faz no "mundo real".


Ricochet foi a segunda demonstração, um Breakout 3D que se aproveita da capacidade de usar o corpo inteiro no jogo. Surpreende por ser a primeira coisa jogável a ser mostrada e parece funcionar bem, mas um pequeno atraso na resposta do jogo não passa despercebida pelos olhos mais atentos.

O terceiro foi Paint Party, um aplicativo que mostrou os recursos de detecção de voz já que as cores das tintas eram trocadas oralmente. A demonstração acabou impressionando mais pela criatividade da pintura realizada do que pela capacidade do Natal, que pareceu impreciso demais para a atividade em questão.

A demo técnica que mostra o diferencial do Natal ainda estaria por vir, nas mãos do ambicioso Peter Molyneux da Lionhead Studios.


Milo, além de estranho, é um garoto-inteligência-artificial que interage com o usuário usando os recursos do Natal. Milo é capaz de reconhecer emoções através de sua voz e, ao menos no vídeo exibido (produzido com uma atriz), é capaz de desenvolver um diálogo de certa forma bem complexo. O Natal ainda é usado nesta demonstração técnica como forma de exportar objetos para o mundo virtual, como o desenho de um peixe em uma folha sulfite.

Se isso funcionar de verdade a Microsoft e Molyneux tem muito o que se gabar, seria um marco na história dos videogames.

Tudo ocorreu bem na conferência, mas os mais céticos ainda lembram do vídeo do (na época chamado) Revolution na Tokyo Game Show 2005, idéias empolgantes que vão se tornar 100% reais somente agora em 2009 com o lançamento do add-on MotionPlus para o Wii Remote, e que mesmo assim nem sempre resultam em jogos interessantes.

Pelo que foi apresentado o Natal ainda está longe de seu lançamento, somente demonstrações conceituais foram mostradas e nenhum jogo foi anunciado, é algo para o futuro. Fatores importantes para o sucesso, como preço e data de lançamento, ainda são questões distantes, quem sabe na próxima E3, mas de qualquer modo o barulho e estardalhaço foram feitos.


Os privilegiados que puderam botar as mãos testar o produto jogando Ricochet e uma versão adaptada de Burnout Paradise saíram em sua maioria com impressões positivas sobre o Natal. O pessoal do Gizmodo parece ter saído bem entusiasmado da sala secreta de testes, assim como o redator do IGN. Já o blogueiro do Kotaku põem alguns usos em dúvida, junto com alguns nomes fortes da indústria como Alexey Pajitnov (criador de Tetris), Shigeru Miyamoto e Reggie Fils-Aime (presidente da Nintendo of America).

Dando um passo a frente a Microsoft já começou a campanha de marketing, a primeira com uma apresentação no programa televisivo Late Night with Jimmy Fallon, além de um canal aberto no YouTube com vídeos de celebridades jogando (como Felicia Day e a banda Incubus) e alguns depoimentos de desenvolvedores (como Peter Molyneux e Keiichi Yano). Até Steven Spielberg deu seu empurrão ao projeto durante a conferência.

Só que como disse anteriormente, o Natal ainda é um projeto em andamento, os kits de desenvolvimento foram enviados para as terceiras somente no dia da coletiva de imprensa, jogos ainda são um mistério. Sabe-se que a Rare está trabalhando em algo e que a Lionhead deve usar seu Milo para fazer algo mais concreto. Resta esperar.

Uma última nota, neste post idiotamente longo, o press-release da Microsoft revela a razão do nome Natal - a empresa tem o costume de usar nome de cidades como codinomes, desta forma um dos responsáveis pelo projeto, o brasileiro Alex Kipman, escolheu Natal para homenagear seu país. Não só pela homenagem, mas também pelo significado, como você deve saber a palavra 'natal' remete a nascimento, algo que combina com o que a Microsoft pretende fazer com o Xbox ao lançar este acessório, dar uma nova vida ao console.



2 comentários:

  1. cara essa eh tipo a coisa mais loca que ja inventaram prum videogame….mto foda

    quando vc compra pro seu chama a galera pra joga eduu!


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  2. ps: gostei desse anti-span


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