Que os iPods fazem sucesso por seu estilo e por seu status todos os nerds da internet já estão cansados de saber, a questão é como Steve Jobs e os designers da Apple conseguem ano após ano determinar o que é legal e o que é não é, favorecendo sempre os seus produtos.
O iPhone lançado ano passado (e relançado neste ano na versão melhorada 3G) é o maior exemplo disto porque, apesar de possuir uma tela sensível a toque e uma enorme quantidade de aplicativos desenvolvidos pela comunidade, ele carece de funções consideradas básicas nos outros celulares concorrentes. Isso é visto na câmera de apenas 2 megapixels e sem flash, na impossibilidade de fazer vídeochamadas por possuir apenas uma câmera no verso, na falta de opção para gravar vídeos, na falta de possibilidade de expandir a memória, na impossibilidade de usa-lo modem 3G, e além disso a venda é com um contrato obrigatório da AT&T (Vivo, Claro e TIM no Brasil). Com todas essas questões a Apple traz ao tocador de mídia portátil mais popular do mundo a interface de seu celular baseada na tela sensível a toque. O resultado você lê abaixo.
A transposição do iPhone para o iPod manteve a maior parte das funcionalidades (o sistema operacional de ambos são idênticos), as perdas mais notáveis são as funções de telefone (óbvio), câmera fotográfica e GPS (presente no 3G). A touchscreen juntamente com a antena Wi-Fi para internet fazem o iPod deixar de ser apenas um tocador de música ganhando um aspecto de PDA (Assistente Pessoal Digital, você deve conhecer como Palm ou PocketPC, marcas mais famosas desse modelo de computador).
No entanto a Apple decidiu por manter o Touch como um iPod e não avançar muito no lado PDA, você não encontrará editor de arquivos de texto ou planilhas de Excel aqui (o que é uma pena), mas achará o navegador de internet Safari (que pode abrir páginas em suas versões normais de computador, mas sem suporte a Flash), um calendário com opção de adição de eventos (bem mais útil agora), agenda de contatos, cliente de e-mail (é possível visualizar arquivos anexos como documentos de Word, Excel, Power Point e Adobe PDF, mas novamente sem poder editar), uma versão do Google Maps com traçador de rotas (não muito útil porque você precisa estar em um ponto de acesso Wi-Fi), previsão do tempo (preso a internet também), calculadora e acompanhamento das ações da bolsa de valores (também dependente da internet).
As galerias de fotos que eram inúteis nos iPods anteriores por causa das telas minúsculas agora ganham mais atenção com a impressionante tela deste aparelho e com os movimentos de toque na tela para transição e zoom. Ainda não é muito útil com a perda da câmera disponível no iPhone, mesmo sendo possível salvar imagens da internet.
A função de execução de vídeos é outra que se beneficia da tela de 3,5 polegadas (480x320 pixels), sempre impressionante com cores vivas e com uma boa taxa de brilho. O problema aqui fica por conta da proporção da tela, que não segue os formatos 4:3 (TV padrão) ou 16:9 (widescreen) - seus vídeos sempre serão cortados ou terão faixas pretas (cima-baixo ou dos lados), ainda assim não é um grande incomodo, as perdas são poucas. Abusando da antena wireless, a Apple fez uma parceria com o YouTube e você poderá assistir qualquer conteúdo disponibilizado pela comunidade através do aplicativo específico para isso. A qualidade de muitos vídeos pode surpreender já que o YouTube apresenta um formato especificamente feito para o iPod/iPhone.
Conteúdo widescreen: tarjas pretas em cima e embaixo ou corte lateral.
Conteúdo 4:3: tarja preta dos lados ou corte em cima e embaixo.
A navegação na internet pode ser considerada uma das melhores que você vai conseguir em um gadget deste tamanho, o Safari carrega páginas com bastante agilidade e as renderiza de forma bem satisfatória, o teclado virtual é de fácil uso se for comparado com os disponíveis em outras interfaces de celulares. O ponto fraco fica pela ausência do plugin de Flash, que faz bastante falta apesar do YouTube estar disponível separadamente.
A tela de toque não é a única forma de interação, o aparelho também conta com um acelerômetro para detecção movimentos que é bastante interessante para jogos embora existam alguns problemas como a configuração da "posição padrão". O recurso também pode ser meio frustrante por não haver opção de desativá-lo já que interfere no modo de escolha das músicas, alternando entre a listagem padrão e o "Cover Flow" (que exibe somente as capas dos discos).
Fisicamente o iPod é bem fino e seu tamanho não é muito maior o que de um celular, não incomoda em bolsos largos. Algo ruim na versão 2G é o verso cromado, que risca com muita facilidade e pode ser um terror para quem é muito cuidadoso, uma capa seria uma boa opção apesar de aumentar consideravelmente o tamanho do aparelho.
Voltando para a parte multimídia, a que deve ganhar mais atenção na compra de um iPod é o som, que é algo muito difícil de se avaliar, a qualidade depende muito mais dos fones de ouvidos do que do próprio aparelho. Os fones que acompanham o Touch são os mesmos de outros iPods e oferecem uma experiência satisfatória, um investimento maior terá que ser feito se você quiser algo mais envolvente e com isolação de ruídos externos. Uma novidade no 2G é a presença de uma caixa de som interna, mas que é bem fraca e por isso só vai servir para você usar no banheiro e de preferência encostado em alguma superfície. É interessante para usar em jogos ou outros aplicativos, mas para música ou vídeo definitivamente não.
Recursos que complementam a função MP3 Player são a opção de exibir as letras das músicas e a de criar listas de reprodução com o novo recurso Genius que procura por músicas com estilo parecido da que você estiver ouvindo, algo que funciona impressionantemente bem devido aos algoritmos mágicos da Apple que são atualizados quando você se conecta ao computador por meio do iTunes, é algo válido quando você possui músicas suficientes carregadas.
A genialidade do aparelho está, entretanto, na App Store, onde milhares de aplicativos desenvolvidos pela comunidade podem ser comprados ou baixados gratuitamente e extendem a função do Touch/iPhone, avançando em áreas que a Apple deixou de lado. Você encontra jogos como Tap Tap Revolution, Tetris e Super Monkey Ball, programas de conversão de unidades e moedas internacionais, dicionários, rádios online (como o last.fm) e até idiotices como simuladores de espadas lasers ou copos de cerveja. Deste modo a App Store se torna uma explicação pláusivel para o sucesso desta interface que leva o iPhone e iPod Touch ao grande status que eles possuem hoje, além do simples logotipo da maça no verso do aparelho.
Mas como nem tudo é perfeito alguns problemas (além dos que foram citados no início do post) continuam a atrapalhar, as restrições da Apple são as principais (e essas se estendem ao iPod também): vídeos ainda são aceitos somente em MPEG-4 e muitos aplicativos interessantes que seriam lançados na App Store são barrados pela Apple. Vale repetir que o iPod Touch (assim como o iPhone) possui um enorme potencial para cumprir várias funcionalidades, falta a Apple querer se aproveitar disso. Função "copiar e colar", GPS com voz e um navegador de internet com Flash estão entre os mais pedidos pela comunidade, soluções que podem surgir (se já não surgiram) no meio underground do jailbreak com os softwares não licenciados. Se a Apple não agir logo os usuários mais conservadores estarão perdendo muito em relação aos que destravarem seus aparelhos.
| Apple iPod Touch 2ª Geração |  |
Segunda versão do iPod que ganhou a interface multi-touch do primo iPhone, “o iPod mais divertido” é o que diz o marketing da Apple. INFORMAÇÕES TÉCNICAS (retirado do site da Apple)TAMANHO E PESOSITE: http://www.apple.com/br/ipodtouch/ | |
8GB - US$229; 16GB - US$299; 32GB - US$399
8GB - R$ 949; 16GB - R$1199; 32GB - R$1599
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